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A partir de que idade você deve começar a ensinar planejamento financeiro a uma criança?


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A educação financeira é um dos aspectos para os quais os pais estão preparando seus filhos para a vida. Não pode ser encarado como uma situação isolada. Não imagino alguém tirar um dia da semana, sentar com seu filho e dizer "hoje vamos falar sobre finanças, orçamento e fluxo de caixa. No fim de semana retomaremos com juros compostos, volatilidade e retorno sobre investimentos".


Afinal, fazemos isso para ele não falar de boca cheia? Pra escovar os dentes todo dia, ou para dizer “por favor” e “obrigado”? Claro que não. O processo de educação é algo diário, uma coisa que você fala para seu filho fazer sempre, explica por quê é importante, mostra que você faz também e como isso vai ajudar na vida dele. São hábitos que você já incorporou no seu dia-a-dia e ensina o seu filho a fazer também. E faz isso porquê você o ama, quer o seu bem e que ele cresça e tenha sucesso na vida.


Importante lembrar que o maior professor é o exemplo. Então se você é disciplinado, consome com consciência, paga suas contas em dia, poupa para seu futuro, é muito provável que passe esses conceitos e comportamentos para a criança. E se você leu esse parágrafo e teve um frio na barriga porque não faz nada disso, como espera passar boas informações para a frente? Nesse caso está na hora de você mesmo melhorar sua educação financeira. Lembre-se: “coloque primeiro sua máscara de oxigênio, depois cuide dos outros”!


Apesar de a criança observar os comportamentos dos pais (e aprender com eles, os bons e os ruins) desde seu nascimento, é a partir dos 3 ou 4 anos que estará pronta para entender conceitos como esperar para ganhar alguma coisa e fazer um esforço para conquistar algo, por exemplo. E estes são fundamentos essenciais para uma vida financeira equilibrada, certo?


É preciso que ensinemos as crianças desde essa idade princípios como:


- valorizar as coisas, o que vai muito além do preço delas;

- celebrar as conquistas, evitando presentear a todo momento e por qualquer razão;

- saber que existem recursos finitos: se gastar muito de algo hoje, pode faltar dele amanhã, é preciso ter auto-controle;

- poupadores são recompensados, devedores são “punidos” (use sua criatividade para passar esse conceito com recursos finitos como tempo de televisão, ou com um álbum de figurinhas, por exemplo);

- que sempre podemos tentar negociar (feiras livres são excelentes e divertidas para isso, quando forem um pouco mais velhas);

- que a vida é feita com equilíbrio, não só de consumismo nem só de poupança, e

- que é importante e confortante repartir o que temos muito com quem tem muito pouco.


Já com 6 ou 7 anos pode-se introduzir o manejo do dinheiro, com um cofrinho onde a criança vai juntando moedinhas para realizar algum sonho de consumo. Mesmo que seja algo banal para nós, adultos, uma bola ou uma boneca que a criança conquiste através de sua disciplina – e com nosso encorajamento – é poderosíssimo. Desta forma você estará incutindo nela valores que levará para o resto de sua vida.


A partir dos 8 ou 9 anos insira a mesada, que deve ser encarada única e exclusivamente como um instrumento de educação financeira. Evite relacioná-la com desempenho escolar, tarefas domésticas ou outras obrigações, mas apenas para desenvolver na criança sua habilidade de fazer escolhas, comprar algo hoje versus poupar para algo maior no futuro, e coisas assim. Procure na internet o vídeo do “teste do marshmallow” e entenderá como isso é interessante e importante!


Lembre-se: o maior impulsionador na educação das crianças será sempre o seu exemplo. Uma criança que vê o pai desrespeitando uma lei de trânsito achará que isso é o correto; uma que vê a mãe se abaixando para pegar um papel na rua e colocando-o no lixo igualmente incorporará o ensinamento. Com a educação financeira é a mesma coisa. Pouco adianta você dizer a ela para guardar sua mesada se ela te vê praguejando contra o banco que está cobrando o empréstimo. Mas fará todo o sentido para ela quando você disser que vão conseguir fazer uma viagem bacana ou comprar uma roupa nova porque foram disciplinados e evitaram gastar com bobagens.


Afinal, "o exemplo não é a melhor forma de ensinar, é a única!" (Albert Schweizer, filósofo)


Matéria publicada na Época Negócios em 18/07/2017

 
 
 

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